terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Qual o futuro da pecuária de corte no sul do Brasil?
Postado em 25/02/2013
Por Miguel Cavalcanti, CEO do BeefPoint
A pecuária do sul do Brasil é
única e especial. Tem muitas oportunidades, em especial num mercado que demanda
cada vez mais qualidade. Outro ponto forte é a tradição, a cultura e história.
Quem faz pecuária no sul do Brasil tem mais do que um negócio, tem uma paixão e
um grande orgulho pelo que faz. E eu admiro muito tudo isso.
Precisamos pensar que a
pecuária do sul é diferente. Uma pecuária única, especial e com grande
potencial. O foco dessa pecuária já é e deve ser cada vez mais a qualidade, a
diferenciação, a agregação de valor.
No varejo, o preço do frango é
mais alto do que o do boi. E vai continuar sendo. E a pecuária vai ganhar
quando trabalhar mais e mais para vender bem, mesmo com o preço mais alto. A
pecuária do sul tem a mesma relação com a pecuária do centro-oeste do Brasil. O
custo e o preço são mais altos, mas pode-se ganhar mercado com foco na
qualidade e no fazer diferente.
Não vamos ganhar do frango
tentando fazer um boi parecido com o frango. Vamos ganhar quando o fizermos
cada vez mais diferente. Do mesmo modo com a pecuária do sul. Precisamos
trabalhar o diferente, o especial, o único.
Me lembro de ir num ótimo
supermercado em Porto Alegre, RS e ver uma incrível gôndola de carne bovina.
Enorme, bonita, com várias opções de preços, raças, selos e países. E também vi
que a carne mais barata, a carne em promoção, eram cortes “importados” de
outras regiões do Brasil.
Achei curioso e fui olhar de
perto. No anúncio estava claro que era uma carne “de fora” e pelo visual era
fácil de ver que era uma carne diferente. O corte de costela era muito menos
“carnuda”, fiquei com a impressão de que não dava mesmo para vender duas
costelas tão diferentes por um preço igual.
Para que a pecuária do sul
tenha sucesso, vai ser preciso buscar inovação, qualidade, marketing e também a
valorização da cultura, tradição e emoção.
Por exemplo, conheci em Porto
Alegre uma lanchonete de hambuguers chamada Pampa Burguer. O posicionamento é
produto de qualidade, com preço justo. Hamburguer assado na brasa. E o mais
interessante, toda a comunicação, todo o visual remete as tradições gaúchas. Os
nomes dos lanches são todos homenagens a cultura e história do RS. Achei muito
bacana, gostei muito da comida e percebi que esse é um dos caminhos: juntar o
que é moderno (lanches) com a tradição (imagine um lanche chamado “Galo Véio”).
O slogan da marca é claro: “tradição no meio do pão”.
A qualidade, os produtos
especiais são o ponto chave do sucesso da pecuária do sul, hoje e amanhã. O
trabalho por exemplo que a churrascaria Vermelho Grill vem fazendo, de oferecer
carne de alta qualidade num ambiente muito agradável. Cada vez mais vamos
vender uma experiência de consumo, vamos comprar sensações, e momentos
agradáveis.
Quando falamos de experiência,
precisamos trabalhar duas frentes.
A primeira é a qualidade
sensorial do produto. Sabor, maciez, coloração e textura. E também ensinar o
consumidor a preparar o produto. Ou você tem alguma dúvida de quem vai ser a
culpa (na cabeça do consumidor) se o prato ou o assado não ficarem bons?
A segunda é trabalhar a
história. Isso inclui tradição e cultura. Temos que contar mais nossas
histórias, celebrar nossos heróis da pecuária do passado. Precisamos comemorar
quem faz um bom trabalho hoje. E também pensar no sistema de produção, em ser
capaz de contar como e onde foi produzido.
Isso tudo é muito interessante
e temos bons exemplos, de sucesso, no agro do sul do Brasil. O vinho gaúcho vem
ganhando cada vez mais espaço, num mercado extremamente concorrido e que já tem
inúmeros “players” fortes e atuando há anos. Outro exemplo são as cachaças
gaúchas. Na Expointer do ano passado, pude conhecer e provar várias marcas, com
qualidade e também apresentação de primeira. A embalagem, rótulo, material
promocional, tudo era muito bonito. Parecia que o objetivo era concorrer com o
uísque e não com a pinga.
E por último, o exemplo que
considero mais inusitado. Os deliciosos e tradicionais doces de Pelotas.
Imagine comer um doce de ovos de excelente qualidade, sabor incrível (meu
favorito é o ninho) e olhar na embalagem e ter o endereço do site da associação
e um número de rastreabilidade. Sim, em cada docinho tem escrito o número da
rastreabilidade, onde você pode checar data de produção, remessa, etc.
Quando vi isso, reforcei ainda
mais minha certeza de que o agro brasileiro tem muita coisa boa para mostrar,
porém o que aparece mais ainda são as notícias ruins. Isso reforça o propósito
do BeefPoint de promover o melhor da pecuária, de mostrar quem faz hoje a
pecuária do futuro.
Outro exemplo interessante, é
do nosso vizinho Uruguai. Um país pequeno, de tamanho similar ao do RS, que
mesmo com poucos recursos, vem fazendo um trabalho primoroso em qualidade e
promoção da sua carne bovina. Promovem muito bem suas qualidades, seus diferenciais,
ou seja, divulgam aquilo que os torna diferentes. E também tem um trabalho
exemplar de estratégia, planejamento e visão de longo prazo.
Para pensar
longe, para construir o futuro, precisamos pensar em nossas lideranças. Fica
aqui o desafio para você pensar quem são as novas lideranças do agro, no sul e
no Brasil como um todo. Quem
é a nova geração? Quem são as lideranças com menos de 40 anos?
O sucesso futuro não acontece
por acaso. O futuro não é o que fazemos amanhã, mas aquilo que fazemos hoje.
Vejo um cenário atual e futuro muito promissor para a pecuária do sul. As
oportunidades estão aí, mas para colher, precisamos plantar. Precisamos trabalhar
muito, muito mesmo, para conquistar esse lugar que é nosso, mas não será
entregue de graça, sem esforço, suor e até algumas derrotas. Vamos em frente?
Fica a pergunta: O que você
está fazendo para aproveitar as oportunidades únicas que a pecuária do sul do
Brasil tem?
Fonte: BeefPointsábado, 23 de fevereiro de 2013
Pela primeira vez na sua história, a Cacicopar faz um planejamento estratégico
Cacicopar |
Eles foram recebidos com um café da manhã e, em seguida, discurso de Valdir Grígolo, presidente da Cacicopar.
Em seguida, o grupo falou sobre suas expectativas para o encontro e debateu as estratégias da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná) para as coordenadorias.
Após definir nova missão, visão e valores da Cacicopar, os presidentes traçaram o foco estratégico para a coordenadoria de 2013 a 2014, construíram o Plano de Ação para cada objetivo estratégico, escolheram marcos de atuação e seus respectivos responsáveis e redefiniram as funções dos cargos na diretoria.
O encontro fez parte do Capacitar, um programa de excelência em gestão que está sendo implantado sistematicamente nas Associações Comerciais do Paraná com o objetivo de estruturar e fortalecer essas entidades para que elas tenham ainda mais representatividade e força em suas regiões.
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